Festivo, refinado, elegante, espiritual e encantador, o Champagne (sim, é no masculino) é o mais famoso, admirado e imitado vinho espumante do mundo.
Vinhos espumantes são aqueles que contêm dióxido de carbono (ou gás carbônico – CO2), o responsável pelas características borbulhas da bebida e que é mantido sob pressão dentro da garrafa. Quando a rolha é sacada, o gás carbônico é liberado sob a forma de pequenas bolhas, inicialmente efusivas, formando a mousse, ou espuma, e, depois, gradativas e constantes, formando a pérlage (colar de pérolas, em francês), uma fieira de bolhas que se desprende de algum ponto do copo, geralmente do fundo ou das paredes.
O gás carbônico desempenha um papel fundamental na produção e apreciação do vinho espumante, sendo, justamente, o seu aprisionamento o grande segredo e dificuldade da elaboração desta bebida tão especial. O gás carbônico dos vinhos espumantes é resultado de uma segunda fermentação alcoólica do vinho, que pode ser obtida de duas formas diferentes:
Método Champenoise, ou tradicional, quando a fermentação acontece dentro da própria garrafa.
Método Charmat, quando a fermentação acontece dentro de grandes tanques de pressão – com graduação alcoólica de 10° a 13° GL, com pressão mínima de três atmosferas.
Num espumante de qualidade, o CO2 é um sub-produto do processo de fermentação, jamais sendo adicionado artificialmente. Confira os rótulos caso não se sinta seguro em relação à marca que você for adquirir. Na maioria dos países, incluindo o Brasil, é obrigatória que seja mencionada a sua inclusão como ingrediente alimentar.
Há muitos tipos de espumantes – brancos, rosados e, até, tintos. Secos, meio secos, doces e meio doces. O teor alcoólico pode variar entre 5,5% a pouco mais de 12%. A sua acidez, em geral elevada para emprestar-lhe frescor, também, é bastante variável de um tipo para outro de espumante, assim como a quantidade de gás carbônico.
Nem tudo que borbulha é Champagne…
O champagne é um vinho único, que não se assemelha a nenhum outro. Matizes de branco, amarelo ou rosa, perfumes de especiarias ou flores, sabores sutis, delicados e ricos: os Champagnes são múltiplos e constituem um universo de infinita riqueza. Mais do que um vinho, é a festa dos sentidos.
A denominação Champagne é uma “appellation d’origine contrôlée” – AOC – (denominação de origem controlada). Isso significa que só podem ser chamados de champanhe os vinhos espumantes produzidos a partir de três castas de uvas plantadas na área de 33 mil hectares delimitada dentro da região francesa de Champagne, respeitando uma série de normas do Instituto Nacional de Certificações de Origem. As castas de uvas com as quais se faz champagne são: chardonnay (brancas), pinot noir e pinot meunier (escuras). Além disso, para ser champagne é preciso, também, ter sido produzido pelo método champenoise.
Assim, embora o vinho espumante seja produzido em diversas partes do mundo, inclusive pelo método champenoise, é a tradição da região que determina o que pode receber o selo de “champanhe”. Portanto, todo champagne é um vinho espumante, mas nem todo vinho espumante é um champagne.
Os espumantes que não são Champagne
Os vinhos espumantes produzidos nas demais regiões produtoras, mesmo da França, recebem outras denominações:
França – Crémant
Espanha – Cava
Itália – Spumante (geral), prosecco, moscato e asti spumante, (regiões demarcadas).
Estados Unidos – Sparkling Wine
Espumante – Brasil e Portugal
Alemanha – Sekt
As garrafas
O champanhe pode ser encontrado em garrafas de 750 ml, que é a mais usual, de 1,5 litros, 3 litros, 6 litros e 9 litros. Cada tamanho de garrafa tem um nome, designação alguns deles meio estranhos: “Jéroboam”, “Mathusalem” e “Salmanazar”. O interessante é que não se trata de apelidos dados por alguma vinícola para as suas garrafas. Trata-se, realmente, da nomenclatura internacional para as garrafas.
Tipos de Champagne:
De acordo com o seu teor de açúcar, o Champagne é:
Extra-Brut – até 6 gramas por litro
Brut – menos de 15 gramas por litro
Extra-Dry – entre 12 e 20 gramas por litro
Sec – entre 17 e 35 gramas por litro
Demi-Sec – entre 33 e 50 gramas por litro
Doux – acima de 50 gramas por litro
Estilos
Cada Casa de Champagne produz uma gama de vinhos diferentes, cada um exibindo um estilo bastante particular. O vinho mais representativo de um produtor costuma ser o Champagne Brut Non-Vintage, produzido habitualmente pela mistura de vinhos de diferentes safras, alguns bastante antigos (vinhos de reserva).
A seguir, o Champagne Vintage, onde se usam uvas de uma única safra, produzido somente em anos de excepcional qualidade. Estes vinhos têm muito caráter e costumam evoluir de forma magnífica com o passar dos anos.
Um outro estilo bastante prestigiado é o Rosé, que pode ser Non-Vintage ou Vintage, produzido tanto por maceração (contato da casca das uvas tintas com o suco), como pela mistura de vinhos brancos com vinhos tintos, antes da segunda fermentação na garrafa. Estes champanhes costumam ter muita estrutura e também têm um ótimo potencial de envelhecimento na adega.
Existem ainda os Champagnes Demi-Sec, que possuem um caráter adocicado, muito apreciados para acompanhar frutas ácidas e sobremesas.
No entanto, as grandes estrelas de cada uma das grandes Casas de Champagne são os chamados Special Cuvées, que também podem ser ou não com safra indicada. Estes champanhes são elaborados com os melhores vinhos da região, possuindo grande complexidade e distinção, envelhecendo na garrafa com muita nobreza.
Prestige, de luxe ou cuvée de luxe
É o topo da categoria, normalmente apresenta no rótulo a data da safra, quase sempre é embalada de forma mais elegante, oferecendo a garrafa dentro de uma caixa decorada. Os melhores como Bollinger Tradition, Don Pérignon, Krug e Roederer Cristal geralmente valem a extravagância. O primeiro champagne a ser produzido assim foi para o Czar da Rússia, Alexandre II, só voltando a ser produzida em 1945.
Champagne Blanc de Blancs
Feito, exclusivamente, de uvas brancas tipo Chardonnay. Com delicado aroma de flores brancas, bolhas leves e finas, tem um sabor vivo e fresco.
Champagne Blanc de Noirs
Produzido somente com uvas tintas, Pinot Noir e Pinot Meunier, juntas ou separadas.
COMO SE BEBE CHAMPAGNE
Veja como desfrutar ao máximo do mais fascinante dos vinhos:
Como Refrescar
Os Champagnes são degustados frescos, nunca gelados. Eles se encontram na temperatura ideal (entre 8º e 10º C) após 20 minutos num balde de gelo ou deitados 20 minutos na geladeira. O congelador é desaconselhado.
Como abrir
Desfazer a gaiola, pegar a rolha com a mão, virar a garrafa em torno de si mesma segurando-a pelo fundo, e a rolha sairá sozinha.
Em que taça servir
A taça ocupa um lugar muito importante na efervescência. Se as “bulles” desaparecem de sua taça, não ache que seu champagne está sem efervescência, troque sua taça….
Qual taça ?
Um champagne tem que ter a taça que merece. O volume e a altura devem ser suficientes dando às “bulles” espaço para evoluírem e subirem a borda permitindo manter a temperatura o mais constante possível. Pede uma taça alta e fina, batizada de flûte. Esse formato mantém por mais tempo a efervescência da bebida.
A forma ideal: tulipa
Evitar: a taça mais arredondada, suas bordas “évasés” fazem os aromas partirem rapidamente
O cristal deve ser bem fino, particularmente perto da boca para favorecer as sensações do paladar.
Como lavar a taça
Enxaguar as taças com água quente e sem produto, deixar secar sobre um pano limpo, Guardá-las abrigadas do pó.
Como Conservar
Em local fresco e ao abrigo da luz, pode-se guardar as garrafas de Champagne alguns anos. Mas não é indispensável pois seu envelhecimento já ocorreu na adega, sob a maestria de seu elaborador.